À rádio CBN Goiânia, Marcelo Prado, tesoureiro da SBCP-GO, mostrou como minimizar as complicações dos procedimentos e as formas mais seguras de escolher um cirurgião plástico
O que é verdade e o que é mito na cirurgia plástica, além das possíveis complicações dos procedimentos foram os assuntos tratados pelo cirurgião plástico e tesoureiro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica – Regional Goiás (SBCP-GO), Marcelo Prado, em entrevista à Rádio CBN Goiânia, no dia 27 de fevereiro.
Ele relatou que é obrigação do médico explicar ao paciente os riscos das cirurgias, durante a consulta e em um documento de consentimento. Um exemplo é a lipoaspiração, que teve destaque na mídia por conta da morte da blogueira Liliane Amorim, que se submeteu ao procedimento.
“Quando há um óbito por uma lipoaspiração ou outra cirurgia plástica, sempre haverá mais atenção da mídia, pelo próprio caráter da cirurgia, que é um pouco estética e um pouco reparadora. Porém, a lipo não é mais perigosa do que as outras cirurgias, desde que você faça com indicação médica, em um ambiente seguro e com um cirurgião membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Assim, os riscos serão muito minimizados”.
Outro caso também comentado durante a entrevista foi o da digital influencer Thaynara Og, que contou que teve complicações em sua cirurgia e escolheu o médico por conta de divulgações de antes e depois em redes sociais.
Marcelo alertou que não é seguro procurar por profissionais por meio das publicações de resultados, algo que é antiético e proibido pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). “Esses médicos agem de forma infratora. Publicam imagens só de barrigas deitadas nas macas, com jogos de luzes e apenas resultados bons. Todos os cirurgiões têm bons resultados, mas todos também têm ruins”, afirmou.
O especialista explicou que, para ter mais segurança na escolha do cirurgião plástico, um passo fundamental é pesquisar no site da SBCP (http://www2.cirurgiaplastica.org.br), onde está a lista de todos os registrados da entidade e também daqueles que ganharam “puxões de orelha” por realizarem atos antiéticos, como as publicações de antes e depois.
Além disso, também é importante conversar com pessoas que fizeram cirurgias com o médico e fazer quantas consultas forem necessárias para solucionar todas as dúvidas.
Cirurgia plástica reparadora
Durante a entrevista, o tesoureiro da SBCP-GO também comentou que a cirurgia plástica não é só questão de estética. Afinal, apesar de saudáveis, os pacientes que chegam aos consultórios estão insatisfeitos e angustiados com o corpo, buscando a volta do bem-estar.
“Tudo que é estético é reparador também, como o paciente que estava acima do peso, fez a cirurgia bariátrica e ficou com excesso de pele. Uma mulher que teve câncer de mama e precisa de reconstrução. Trabalhamos ainda com pessoas que sofreram acidentes e fraturaram a face, além de lesões cutâneas pelo câncer de pele e malformações congênitas, como o lábio leporino”, exemplificou.
Outro novo tipo de paciente para a cirurgia plástica é aquele que teve Covid-19, foi internado em uma UTI e sofreu com escaras, lesões profundas na pele causadas pelo tempo de internação em uma única posição.
“São lesões muito complexas e o lugar mais frequente é na região sacral, em cima do bumbum. Essas feridas vão até o osso da coluna e os cirurgiões plásticos fazem a reconstrução”.
São cirurgias plásticas como essas que estão disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Marcelo contou que os casos mais comuns também envolvem mulheres na pós-gestação que tiveram diástase (uma separação dos músculos abdominais) e aquelas que sofrem com seios extremamente volumosos.
“Infelizmente a demanda (no SUS) é muito grande e a gente tem uma limitação de horários no centro cirúrgico, por exemplo. Porém, tentamos oferecer sempre o melhor a essa população”.
Confira a entrevista completa pelo link: bit.ly/3r6BIWl