A SBCP-GO deu, no dia 9 de outubro, mais um importante passo em sua campanha de combate ao exercício ilegal da medicina e à invasão da área da cirurgia plástica em Goiás. O presidente Orlando de Oliveira Neto, a secretária Adriana Gondim do Amaral e o tesoureiro Marcelo Prado, acompanhados das assessorias jurídica e de comunicação da Sociedade, reuniram-se com o procurador-geral de Justiça de Goiás, Aylton Vechi.
Na reunião, agendada com o apoio do deputado federal Zacharias Calil, o procurador entendeu a importância da demanda da SBCP-GO e prontamente se dispôs a conversar com os promotores das áreas da saúde e criminal do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) para uma ação conjunta de combate a esse problema que ameaça a saúde pública.
“Precisamos fazer um estudo bem aprofundado para adotar medidas que possam alcançar um resultado eficaz, que proteja a população”, disse Aylton Vechi, após ouvir as explicações dos diretores e a apresentação do assessor jurídico Carlos Márcio, que ressaltaram que os problemas causados por atendimentos feitos por não médicos e não especialistas têm se avolumado nos últimos anos, resultando em complicações graves.
O presidente citou que os pacientes estão vulneráveis, pois não conseguem saber se o profissional que vai atendê-los está habilitado ou não para determinado procedimento e os médicos têm recebido cada vez mais pessoas com complicações, muitas irreversíveis.
Além do dossiê já encaminhado ao Ministério Público Federal, que está apurando essa denúncia, a diretoria recordou já ter buscado apoio em órgãos, como o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), mas a morosidade das ações tem retardado a solução esperada. “Não queremos a repetição de problemas já vistos e a prevenção passa por evitar que maus profissionais tenham tanta facilidade para atuar e se promover”, disseram os diretores.
Marcelo Prado citou também outro problema: nos dois maiores hospitais públicos de urgência do Estado, o Hugol e o Hugo, pacientes que necessitam de reconstrução de face estão sendo atendidos por dentistas, mesmo tendo cirurgiões plásticos de plantão 24 horas nas unidades, habilitados e prontos para esse atendimento.
O procurador citou que a população está sendo lesada e não precisava passar por isso, principalmente, em instituições públicas. Segundo ele, legalmente há uma linha tênue que abre espaço para essa atuação de outros profissionais e não há muitos aliados à luta da SBCP-GO, mas o MP-GO vai avaliar e buscar apoio em outros setores, como a Secretaria Estadual de Saúde, para que possam encontrar uma solução estruturante para corrigir a situação.
Inicialmente, o MP/GO vai analisar internamente e voltar a se reunir com a SBCP-GO para evoluir no combate a esse problema que põe em risco a saúde da população. “Não temos uma fórmula pronta para atender essa questão, mas podemos construí-la em conjunto com a SBCP-GO, o MPF e outros órgãos”, disse. Uma nova reunião deve ser agendada em breve.