Dando início à série de reuniões que será promovida para debater a proposta de criação de uma cooperativa de trabalho dos cirurgiões plásticos goianos, sugerida por associados, a SBCP-GO recebeu, no dia 30 de outubro, os médicos José Abel Ximenes e Raimundo Nonato Leite Pinto, duas grandes referências em cooperativismo no Estado. Durante cerca de três horas, eles conversaram com o presidente Sérgio Augusto da Conceição, o secretário Leonardo Rodrigues da Cunha e um grupo de cirurgiões plásticos sobre vários aspectos da criação e funcionamento de uma cooperativa.
Com vasta experiência na criação e gestão de cooperativas e no estudo do cooperativismo, ex-presidente da Unimed Goiânia e fundador e ex-presidente da Federação das Unimeds dos Estados de Goiás e Tocantins e do Distrito Federal, José Abel Ximenes, falou sobre os princípios do sistema cooperativista e sobre o cooperativismo frente aos desafios e tendências atuais do setor de saúde brasileiro.
“Uma cooperativa não pode ser administrada nem como um órgão público nem como uma empresa privada, pois tem características próprias”, ensinou José Abel, para quem o setor cooperativista se adapta bem à área médica porque tem princípios comuns com a profissão. Ele recordou que muitas cooperativas goianas nasceram com cerca de 20 médicos cooperados e a oposição de parte da categoria, que via nesta forma de organização uma ameaça a seu trabalho. Mas, o tempo passou e as cooperativas mostraram sua força.
Professor, ex-presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) e presidente da cooperativa de crédito Sicoob Unicentro Brasileira, Raimundo Nonato Leite Pinto, também falou sobre sua experiência com o cooperativismo, a intercooperação (parceria entre cooperativas de diferentes segmentos) e a importância da união e do trabalho mútuo dos cooperados. “Antes de criar uma cooperativa é preciso avaliar bem sua necessidade, o interesse dos futuros cooperados e a maturidade do grupo para que não haja competição entre os médicos”, alertou, ressaltando que em uma cooperativa todos têm que se beneficiar e a gestão da empresa cooperativa deve ser profissional, pois não cabe mais amadorismo nesta área.
O presidente d SBCP-GO observou que ao propor a criação da cooperativa, os cirurgiões plásticos buscam, principalmente, o fortalecimento da especialidade. “Sabemos que a Bahia, o Espírito Santo e Brasília também estão estudando a criação de cooperativas de cirurgiões plásticos e com essa reunião iniciamos um debate para que possamos avaliar, conhecer e entender o que é o cooperativismo e de que forma esse sistema poderá nos ajudar”, disse, adiantando que novos encontros devem ser agendados, inclusive para a avaliação dos aspectos legais desta organização e para que possam conhecer experiências de cooperativas de outras especialidades médicas.